terça-feira, 12 de novembro de 2013



AMESA DO CAFÉ DA MANHÃ
                        A violência que domina a sociedade atualmente parece que, além de fazer muito mal a todos, quer nos avisar que está faltando algo nos lares. Não nas casas, mas nos lares.
             Poucos conseguem ver, mas existe diferença relevante entre casa e lar.
            Casas são edificações que abrigam as pessoas das intempéries do tempo, das ações de pessoas que se aproveitam de situações adversas para se apoderarem do que é dos outros, ou seja, casa nos protege de tudo que pode causar mal físico ou material.
            Lar, por sua vez, é formado por famílias. Independente da qualidade da casa ou do status do endereço. Lar é onde uma família, por mais humilde que possa parecer, se reúne e promove um diálogo saudável em prol do bem estar de todos. 
            Ao enxergar esta diferença conseguimos perceber também que falta alguma coisa para as famílias e não se trata de algo excepcional ou impossível de fazer. Falta uma simples reunião à mesa do café da manhã.
            Convenhamos, algumas pessoas não se reúnem para o desjejum devido às questões econômicas, porem, a maioria absoluta da sociedade não toma esta atitude por inúmeros motivos fúteis como, por exemplo: Falta de tempo e fuga do diálogo ou de alguma responsabilidade que este momento impar proporciona e impõe.  O que, por tabela, vem causando o desgaste e a degradação familiar.
            É na reunião do café da manhã que a mulher, na presença de todos, coloca o marido a par de eventuais momentos de alegria ou de problemas ocorridos no dia anterior para que, juntos e com a opinião e o aval de todos possam tomar as providências cabíveis para cada caso. É quando o filho menor pode falar mais aberto sobre a escola, o adolescente pode expor suas dúvidas quanto às novas descobertas sobre a vida e sobre o que o mundo vem lhe oferecendo. A jovem ou o jovem podem comentar sobre o novo namoro ou, o antigo.
            À mesa do café pode-se, no mínimo comentar, mesmo que de maneira banal, a respeito do último evento ocorrido na comunidade e, indiretamente, promover uma conversar em família.
            É no término de um café da manhã, por mais simples que a mesa deste café se apresente, que uma família tem a grande oportunidade de, através de um abraço, um beijo e/ou uma oração, se despedir e partir para a luta do dia a dia onde cada um cuidará de suas obrigações.
            De fato, pela desordem familiar que observamos na atualidade percebe-se que não há mais diálogo entre as pessoas, ou seja, já não conseguem nem ao menos tomar o café da manhã juntos.
            Uma pena. O mundo seria bem melhor caso o fizessem.
(Toninho Portes)

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