quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

AGONIA DO CASARÃO

Seria uma simples calçada
Se não fosse a cultura alçada
Ao lado e bem realçada
Por meio do casarão.
Tão imponente outrora
Nunca mal como agora
Com sua beleza indo embora
É de doer o coração

Na sua frente uma praça
Cheia de vida e sem graça
Já não alegra quem passa
Por apresentar tal visão.
Machuca a vista da gente
Situação deprimente
Mas, como um indigente...
Agoniza o casarão.

Conta a história, houve dia,
Que cada pessoa que ali ia
Encontrava o que pretendia
Porque ele já foi um armazém
Era “secos e molhados”,
De tudo tinha um bocado,
O cidadão ficava informado,
Pois a prosa fluía bem.
Ali já foi a morada
De família estruturada
Sempre muito apreciada
Por toda a comunidade
A alegria era estampada
Nas cortinas esvoaçadas
Nas toalhas todas rendadas
E nas feições de felicidade

Ele já foi hospital
Cuidava-se de todo mal
Doença simples ou fatal
Era só comparecer.
Atenção, não tinha igual
O amor ali era tal
Que mesmo num leito final
Sentia-se fortalecer.

Como flor despetalando
Ripas e telhas vão tombando
Tal qual um punhal fincando
Direto no coração.
Como se fosse um estorvo,
Não será cultura de novo,
Enterra a história de um povo...
A morte do casarão.

Motivação: Casarão caindo no centro da cidade de Liberdade.
Texto: Toninho Portes.
 

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