sexta-feira, 21 de novembro de 2014


VÁ CIDADÃO!.. AO MUNDO.

Vá cidadão do mundo!
Não se sinta um vagabundo
Como querem te dizer.
Vá depressa cidadão...
Use a pureza das mãos,
Da alma, e do coração
Para buscar o que é seu.
No entanto, não se esqueça,
Por mais que a auto-estima cresça
Que a vida não se comanda
Que a fila nem sempre anda
E, por mais que a gente lute...
No fim, alguma coisa desanda.

Vá cidadão!
Mesmo que na contra mão
De uma corrente a te empurrar.
Vá correndo procurar
Algo que sonha encontrar...
Corre atrás do que perdeu!
Mesmo sem teto ou documento,
Sem cama e sem assento
Lute, pois é direito seu.
Porém, nunca é demais lembrar,
Por mais que vença a demanda,
A fila nem sempre anda
E, mesmo que não fuja à luta,
No fim... Alguma coisa desanda.

Vá cidadão... Depressa!
Quem necessita tem pressa,
Por isso, não pode esperar.
Vá que o tempo urge
E nova necessidade surge
Em cada esquina e lugar.
No entanto, por mais que padeça,
Levante sempre a cabeça
E não desanime... Jamais!
É você quem de fato manda
Mesmo que a fila não ande
Que o sistema comande
Nunca fique para trás!

Vá cidadão... Ao mundo.
Busca logo o que é seu!
Nem de longe és vagabundo...
O sistema é que se perdeu.

(Toninho Portes)

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

VILA NOVA, O LIVRO!

                                                            VILA NOVA, O LIVRO!

FRIO INTERIOR

OTREM DA VIDA

DINHEIRO E AMIZADE CAMINHAM JUNTOS?

Não há como negar...
            Dinheiro é muito bom na vida da gente, no entanto, uma amizade boa, sólida e sincera é muito mais importante.
            Então, porque percebemos com freqüência, que dinheiro e amizade têm dificuldades para caminharem juntos?
            É claro como água que quanto mais a pessoa se aproxima do dinheiro se afasta dos amigos. Ou só eu percebo isso?
            Talvez seja porque, ao fazermos muitos e bons amigos tenhamos que dispensar boa parte do nosso tempo aos abraços, apertos de mão, tapinhas despretensiosos nas costas, alguns dedinhos de prosa a fim de colocar a conversa em dia e... Tempo é dinheiro!
            Não é raro e fica muito fácil percebermos que uma pessoa que começa a “se dar bem” na vida, geralmente se distancia dos amigos que o cercam, inclusive daqueles que o ajudaram a chegar ao ponto de engordar sua conta bancária. Lógico que isto não é bom para quem faz mais dinheiro e muito menos para os que o cercavam e agora o vêem ficar cada vez mais invisível nas rodas de amigos.
            Como lidar ou reverter situações desse tipo?
            É difícil, pois sabemos de cor e salteado que a pessoa que faz muito dinheiro tem poucos amigos (sinceros, é claro!) e as pessoas que cultivam muitas e boas amizades tem pouco tempo de ganhar dinheiro.
            Teríamos um jeito de, pelo menos, equilibrar uma situação dessas?
            Também é muito difícil, pois sempre existirão os que pensam que para crescerem na vida têm que obrigatoriamente se afastarem dos “perdedores” que jogam muito tempo fora com conversas, apertos de mãos e outras bobagens que só levam a perder tempo e dinheiro. Sem contar que, com a escassez de capital no mercado, “farinha pouca, meu pirão primeiro”.
            Entretanto, não seria nada mal se essas pessoas lembrassem Confúcio, o velho sábio chinês, que em suas citações disse: “Quando uma pessoa cresce é saudável e de bom tom que ela faça crescer quem está a sua volta, pois ninguém consegue crescer sozinho. O ideal é que a comunidade cresça como um todo”.
            Palmas para o sábio! Como seria bom termos uma boa conta bancária sem nos esquecermos dos amigos ou, melhor dizendo, ter muitos e bons amigos com dinheiro no bolso.
            Dia desses, quem sabe? No momento, as perspectivas não são tão favoráveis a esse respeito.
(Toninho Portes)

domingo, 4 de maio de 2014

SELVA DE PEDRAS

O gato, faminto e exausto, a procura de aventuras e algo para comer a fim de manter sua sobrevivência, naquele famoso momento dos “cinco minutos de bobeira” que todos temos na vida, nem se deu conta que havia se distanciado de seu habitat natural e se encontrava em uma zona estranha e perigosa. De repente, viu-se diante de um bando de cães raivosos, com caras de poucos amigos e loucos para o esfolarem vivo.
            Inevitável. A perseguição foi feroz e implacável e o gato, já no limite das forças e da fome, estava a ponto de se entregar quando, de repente, rolou por um barranco e caiu num rio. Foi como sair do espeto e cair na brasa, pois do jeito que estava fraco fatalmente morreria afogado, já que, a correnteza o puxava para o meio.
Porém, seu destino de morte ainda não havia sido traçado. Numa das margens do rio havia um grupo de ratos a procura de alimentos e, percebendo a situação do pobre felino um deles sugeriu:
--- Vamos salvá-lo!
            A resposta veio em coro:
--- Está louco? É um gato! Se o salvarmos acabará nos comendo!
--- É uma criatura. Temos que salvá-lo --- teimou o bondoso rato.
            E, com sua insistência, conseguiu a ajuda de alguns amigos para executar a tarefa heróica e solidária.
            Pularam na água, nadaram até o bichano. Viraram daqui, puxaram dali e, depois de muito esforço o levaram para a margem. Porém, o local onde aportaram era cheio de pedras, galhos e outros obstáculos. Assim que o gato tateou o chão e percebeu que estava seguro encarou aqueles suculentos ratos à sua frente e não pestanejou:
--- Me perdoem, mas terei que comê-los agora.
--- Fomos exaustivamente avisados! --- gritou um dos ratos acuados entre as pedras.
--- Eu só estava tentando fazer o bem. --- disse o rato que liderou a equipe de resgate já com quase metade do corpo dentro da boca do gato.
            Moral da história:
            Em qualquer situação o bom senso há de prevalecer, pois barato ou caro, sempre pagaremos um preço pelas nossas atitudes.
            Mesmo quando essas atitudes são para fazer o bem a alguém.
(Toninho Portes)

HOMEM. IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS.
            O ano poderia ser 2010, 2020 ou 2030. Isso pouco importa. A época não faz diferença, o fato é que o homem apertou o botão de “Enter” do computador e ficou aguardando a máquina montar mais um robô.
Depois da revolução tecnológica e da robótica a rotina era essa, máquinas fazendo peças, montando máquinas, tomando cada vez mais o lugar do homem. Algumas já falam, outras dançam, fazem o trabalho doméstico, tarefas que atendem as necessidades de pessoas idosas e das deficientes. Tem máquina para fazer tudo. No pouco tempo de espera da montagem de cada exemplar de robô o indivíduo ia questionando onde essa situação ia parar?
            Na sala totalmente limpa, quieta e sem a presença do homem os braços robóticos iam, dentro de um tempo pré - determinado, encaixando cada chip, cada sensor, cada cabo, cada peça em seu devido lugar e, dentro da sala de comando de operações o homem, observando cada maquina que saia pronta no final da esteira de produção, pensava: “Em pouco tempo estarão conversando entre si, quem sabe, até se reproduzindo e nós, humanos, onde ficaremos nesta história?”.
            De repente a porta da sala se abre e nela aparece um robô cilíndrico, movido por um sistema de esteiras laterais, com dois braços que nas extremidades trazem um pequeno bolo confeitado e no lugar da cabeça um monitor em cuja tela aparece uma mensagem para o sujeito dizendo: “FELIZ ANIVERSÁRIO MEU AMOR. NUNCA SE ESQUEÇA QUE EU E AS CRIANÇAS TE AMAMOS MUITO. AGUARDAMOS ANCIOSOS SUA VOLTA PARA CASA. BEIJOS. TAMIRES”.
            Sem conter a emoção o homem apertou novamente um determinado botão na mesa de comando e os braços robóticos que trabalhavam impassíveis naquela sala de silêncio sepulcral iniciaram a produção de uma nova série de máquinas e, enquanto relia a mensagem enviada via internet por sua esposa, companheira inseparável de tantas batalhas na vida e começava a degustar o bolo enviado pelos poucos colegas que ainda mantinham um posto de trabalho na empresa, ele pensou:
 ”Que idiota eu sou. Por mais avançada que esteja a tecnologia, por mais recursos que tenham as máquinas, jamais terão a emoção do aperto de mão de um amigo, do abraço e afeto de uma esposa ou de um filho. Não sentirão a lágrima correr de alegria ao nascer uma criança, não terão a emoção de perceber o olhar de ternura, amor e orgulho de um pai e de uma mãe quando o filho conquista um lugar ao sol através de um diploma ou de um emprego”.
            “Efetivamente, as máquinas jamais sentirão o cheiro da terra molhada num dia de chuva, não dividirão a emoção de ouvir um pássaro cantando, o barulho de uma cachoeira. As máquinas nunca terão a alegria de um almoço ou café da manhã em família, a troca de olhares de um casal nos momentos de paquera, as discussões amigáveis e nunca resolvidas entre amigos nas peladas de fim de semana. É, essas e muitas outras, são coisas que as máquinas jamais terão, mesmo porque, ao criar o homem sua imagem e semelhança, Deus em sua infinita misericórdia jamais deixará que uma máquina sobreviva sem que tenha um homem por trás, ou seja, onde houver uma máquina para trabalhar haverá também um homem para programá-la ou, no mínimo, para apertar o botão de liga-desliga”.
            Depois disso, o colega que o renderia no posto de trabalho chegou. Ele se levantou, deu um abraço forte e demorado no homem que ficou sem entender o que estava acontecendo, pegou as coisas de uso pessoal e foi para casa terminar a comemoração com sua família.
 (Toninho Portes)

sexta-feira, 21 de março de 2014

O RELÓGIO E O PULSO

O relógio e o pulso
Só quem tem braços deve adquirir relógio de pulso, caso contrário haverá a necessidade de outra pessoa para verificar as horas.
         Isso se aplica a outros casos como o de quem não sabe dirigir e se aventura na direção de um veículo, fatalmente estará sujeito a se acidentar e/ou causar acidentes a terceiros ou ainda, politicamente falando, quem não está preparado para governar não deve se candidatar, pois caso seja eleito pode precisar recorrer à ajuda de outras pessoas para executar suas tarefas correndo o risco de se juntar a indivíduos que, ao invés de tocarem a coisa adiante, atrasarão ainda mais.
         Como diriam nossos avôs, “quem não tem enxada, não trata capina” ou, num bom português...
“Para usar relógio ou participar de um bom governo tem que ter pulso e sabedoria”
(Toninho Portes)

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014


NOSSO AMIGO... O SOL   .

            Numa cidade do interior mineiro, um desses representantes comerciais que vivem vendendo coisas tomava o café da manhã numa padaria quando observou um indivíduo que revirava o lixo em busca de alguma coisa. Material reciclável ou comida talvez.
            Com ar incrédulo virou-se para o cidadão que estava ao seu lado no balcão e perguntou:
___ Quem é o sujeito? Porque se encontra nessa situação?
___ Não se preocupe ___ respondeu o cidadão achando aquilo a coisa mais normal do mundo ___ ele é o nosso amigo Sol e, junto com mais algumas pessoas da cidade vive revirando o lixo em busca da sobrevivência. Você sabe “né”? São pessoas que não tem famílias que olhem por elas.
___ Eu acreditava que só nos grandes centros encontraríamos esse tipo de situação ___ continuou o vendedor achando que numa cidade daquele porte a coisa poderia ser diferente ___  mas, a título de curiosidade, responda-me: Porque o apelido de Sol?
___ Simples. Ele é que nem o sol, está em todos os lugares que a gente vai, seja na periferia, no centro, nas festas ou, sem festa, lá “tá” ele catando suas latinhas e seu papelão. A gente já se acostumou. “Pra” dizer a verdade, acho até que já virou patrimônio histórico do município.
            O vendedor acabou seu desjejum, pagou a conta, despediu-se do cidadão com quem conversava e saiu comentando consigo mesmo: “Melhor seria este sujeito das latinhas ter o apelido de DEUS, pois só Deus se encontra em todos os lugares ao mesmo tempo, inclusive nas pessoas mais frias e de coração duro, e mesmo assim poucos o percebem”.  E foi vender seu produto.
(Toninho Portes )